Loja de Trabalho
Para Profissionais do Espetáculo:
TEATRO
Ao longo deste espectáculo, convidamos os nossos espectadores a procurar, questionar e descobrir connosco as particularidades do teatro. O que é? O que precisa? Como se faz? E o actor, o que é preciso para se ser actor? Qualquer um pode sê-lo? Em que ponto se encontra a fronteira entre o teatro e a vida real? Será que essa fronteira existe de facto? São estas algumas das questões para as quais procuraremos respostas ao longo deste pequeno momento, na vossa companhia.
“A propósito de Loja de trabalho para profissionais do espetáculo – teatro
Em Loja de trabalho para profissionais do espetáculo – teatro, o público é, desde o primeiro momento, o protagonista do jogo que acontece entre o palco e a plateia, sem o aparente artificio que normalmente os separa.
O público é convidado a representar o papel que lhe cabe, a tomar consciência do lugar que ocupa, mesmo quando à medida que o espetáculo avança, a ilusão do teatro toma conta de uma narrativa errante, imprevisível, sem bussolas orientadoras.
Tudo isto a lembrar que o teatro só pode ser jogado em conjunto, e cuja definição das regras depende exclusivamente do alcance da imaginação de quem nele participa.
Em Loja de trabalho para profissionais do espetáculo – teatro são várias as oportunidades para exercitar as possibilidades de ver e de ler um desfilar de imagens que interrogam a perceção dos espetadores e abrem
generosos espaços vazios para serem preenchidos, escritos.
Mecanismo que se aproxima, inversamente, ao que acontece na literatura – o leitor cria as imagens que o texto sugere. Aqui as imagens são o ponto de partida para o exercício da escrita onde, entenda-se, não é obrigatório o recurso à palavra, os espetadores‐escritores são convidados a cada momento a atualizar em guiões pessoais e intransmissíveis a ação que acontece em palco e reverbera na plateia.
Esclareça-se, no entanto, que a exuberância das imagens não subtrai as palavras de Patrício Torres ou, dizendo de outra forma, o texto não é mera legenda dos corpos em cena, mas antes uma matéria que se multiplica de forma caleidoscópica noutras imagens e textos possíveis, embora circundantes de um núcleo unificador que é o Teatro, enquanto tema, forma, jogo e arma em diálogo consigo próprio – que é o mesmo que dizer com a vida e o mundo. “
Manuela Ferreira