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Profissionais e amadores dão vida à obra teatral de Raul Brandão em Guimarães

Atores profissionais e amadores vão, até sexta-feira, dar vida aos nove textos da obra teatral de Raul Brandão pelos palcos de Guimarães, numa iniciativa inserida no festival literário Húmus, que celebra os 150 anos do escritor. Em declarações à Lusa, o diretor artístico do Teatro Oficina, João Pedro Vaz, explicou que no total serão cerca de 150 atores, entre o corpo de atores da Oficina, os 13 grupos de teatro amador do concelho e os finalistas da Licenciatura em Teatro da Universidade do Minho, que vão subir ao palco e reunir-se com o público para conhecer, discutir, representar e ver o teatro completo de um autor assombrado. A primeira obra de Raul Brandão a ser apresentada vai ser Teatro da Alma, hoje, no Centro Cultural Vila Flor (CCVF), pelo Teatro Oficina, uma peça de dor e de sonho, construída a partir de três textos do autor: A Noite de Natal (1899), O Gebo e a Sombra (1923) e O Avejão (1929). Nós abrimos a festa, mas o grande destaque vai para a reunião da família teatral de Guimarães em torno do mesmo autor, de um mesmo objetivo. Podíamos ficar por apresentar nós uma produção baseada em Raul Brandão, mas eu gosto de complicar as coisas e desta forma quem ganha é o público, também, apontou o responsável. Assim, quinta-feira, sobe ao palco Um Sonho Adiado, apresentado na casa onde estão os seus cadernos e notas inacabadas de teatro, a Sociedade Martins Sarmento, pelos atores da Oficina e pelos alunos do 3.º ano da Licenciatura de Teatro da Universidade do Minho. O Maior castigo (1902) será apresentado sexta-feira, também no Vila Flor, pelas mãos do grupo de teatro amador ATRAMA, coletivo desafiado a dar vida a esta que é uma das peças perdidas de Raul Brandão. No sábado, há Raul Brandão em quatro doses: O Gebo e a Sombra chega ao CCVF com o carimbo do TEC - Teatro Experimental do Cano, assim como A Pedra ainda espera dar Flor, a partir das Crónicas de Teatro (1895-1923), apresentado pelo CETE - Convívio e Teatro Experimental, e ainda O Doido e a Morte (1923), pelo Teatro Coelima e pelo grupo Jovidém. A quarta dose, Jesus Cristo em Lisboa (1927), com Teixeira de Pascoaes, junta no mesmo palco o Grupo de Teatro Citânia, o Cem Cenas, o Grupo de Teatro da ADCL, o Grupo de Teatro de Campelos e o Grupo de Teatro da ARCAP. A Festa de Teatro Raul Brandão encerra no domingo e leva o teatro à rua, ao Largo de Donães, onde os alunos do Teatro Oficina apresentam Árvore da Vida Rauliana, uma peça que integra excertos de Húmus (1966), do poeta Herberto Helder. Depois da rua, o teatro volta ao CCVF com a Astronauta Associação Cultural a apresentar as peças O Rei Imaginário (1927) e Eu sou um Homem de Bem (1923), ficando o fecho da maratona brandoniana a cargo do grupo Osmusiké com O Avejão (1929). A organização disponibilizou um passe geral que garante o acesso a todos os espetáculos da Festa de Teatro Raul Brandão no valor de 20 euros.


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